quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sempre vale a pena (re)ver!


Laranja Mecânica é a melhor sátira à hipocrisia social que eu ja assisti. Cínico, irônico, hipócrita, transgressor, torpe,genial, poético, intrigante e unico, só poderia ser uma obra dirigida por Stanley Kubrick,uma obra sim, ao meu ver, um dos poucos filmes que merece titulo de obra! Trata-se da história de Alex deLarge (MacDowell), lider de uma gangue de delinquentes juvenis que matam, roubam e estupram, e após ser traído pelos membros de sua gangue, é capturado pela policia. Já preso, se oferece a um tratamento que o "condicionará ao bem". Livre do mal, ele é solto para uma sociedade que vingar-se-ia. A sociedade que considerou Alex um criminoso violento e perigoso se revela ao fim tão violenta quanto ele. A prisão para o qual ele é enviado com o objetivo formal de ser "regenerado" é, nas palavras do governador, "um instrumento de punição". O "tratamento" ao qual Alex é exposto para torná-lo "bom" se mostrara um instrumento de desumanização muito mais perigoso do que o próprio comportamento "mal" de Alex. Já vi muitos dizerem que Alex, ao fim do filme, é um sujeito curado e reintegrado à sociedade, mas considero que aqueles que o enxergam assim acabaram por perder o ponto da abordagem cínica de Kubrick. Alex na verdade continua, ao meu ver, sendo o mesmo delinqüente do início do filme, agora "intocável",amparado por padrinhos poderosos.MacDowell, excelente ator que raramente é bem aproveitado, é aqui soberbo ao ponto de nunca mais ter se livrado de seu personagem. Os demais atores sãotodos excelentes, apesar de nenhum deles ter tempo em cena suficiente para desenvolver seus personagens.O trabalho de criação da violenta Inglaterra futurista também é perfeito. A combinação da direção de arte, figurinos, com a excelente fotografia de John Alcott cria uma imagem de futuro realista como poucos do cinema. Por fim, o trabalho impecável de direção de Kubrick. Tematicamente, é um grande ataque à hipocrisia.
Foi exibido em Londres em 1970 e lançado mundialmente no ano seguinte,menos no Brasil, graças a um ''regime'' que emagrecia a cultura e por medo segurança repreendia qualquer forma de expressão.O filme só foi liberado para exibição no Brasil em 1978 em cópias ridiculamente censuradas.
 




quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Poesia barata Curitibana


você pára
a fim de ver

o que te espera
só uma nuvem

te separa
das estrelas

Paulo Leminski


Foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Leminski é o principio de um tempo em que Eu pensei estar crescendo, marca todas as fases da minha vida, e a minha forma suscinta de escrever; tem parte nos meus medo e meus méritos; tem influência em meus amores e mais ainda em meus desapegos. Enfim, por ter vivido acima de sua própria arrogancia, influenciou-me conjulgar a gramática da vida com outros verbos...