terça-feira, 29 de março de 2011


Coisas do Coração
Raul Seixas (comp. de Cláudio Roberto, Rauzito e Kika)


Quando o navio finalmente alcançar a terra
E o mastro da nossa bandeira se enterrar no chão
Eu vou poder pegar em sua mão
Falar de coisas que eu não disse ainda não


Coisas do coração... Coisas do coração!


Quando a gente se tornar rima perfeita
E assim virarmos de repente uma palavra só
Igual a um nó que nunca se desfaz
Famintos um do outro como canibais


Paixão e nada mais! Paixão e nada mais!


Somos a resposta exata do que a gente perguntou
Entregues num abraço que sufoca o próprio amor
Cada um de nós é o resultado da união
De duas mãos coladas numa mesma oração!


Coisas do coração... Coisas do coração!




Essa é a minha preferida do Raul, entre todas as que eu gosto. O diferencial dessa música para todas as outras que eu gosto é que da mesma forma e na mesma intensidade que eu odeio ela muito, eu gosto dela demais; e ninguém explica, são coisas do coração...

domingo, 27 de março de 2011

"(...) As pessoas banalizam, dizem que o mundo é pequeno e etc. Se de fato fosse, porque existiria uma distancia que pode ser medida por horas, até mesmo dias entre eu e pessoas que eu admiro, que gosto e que eu queria ter por perto em variados momentos ? "

Alice F.
(escrito em algum lugar de algum texto ou pesquisa minha, e que ilustra bem o que tem ocorrido ultimamente, e em homenagem maior aos últimos 8 meses de minha vida.)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Idade não é documento!

Estava sentada, bem comportadinha no colo daquele senhor enquanto ele desfazia as tranças de seu cabelo e conversavam sobre alguns gostos incomuns, não entre eles, e sim dela com seus filhos. Ele achava tudo muito encantador.
Mas a Dorothy já era experiente de tanto caminhar pela mesma estrada, a Alice descobriu umas bolinhas para potencializar o chá das 6hrs, o Pinocchio já tinha subornado a fada azul e nem ligava mais para o tamanho do nariz, o Patinho feio descobriu que era sociopata e a Cinderella era uma puta ninfomaniaca que adorava fugir de vez enquando.
Depois das tranças, o nó de seu decote era o que havia a ser desfeito. A idade não vem ao caso, ela não se parecia em nada com seus filhos menores de idade.


Alice F.

domingo, 20 de março de 2011

E viva mais um outono que está chegando em Cwb!
Tempo frio, folhas ao vento
Na mente te invento
Um tanto te tento
Não sei se aparento
Mas a dias me reinvento.

Alice  F.

quarta-feira, 16 de março de 2011

E o tempo vai mudar...



Tem um caminho que eu faço normalmente para executar minhas tarefas quase sempre dentro de um ligeirinho ou um biarticulado. Hoje tive que andar a pé por um pedaço desse caminho. Não estava com muita calma, mas nem com tanta pressa. Passando pelo Passeio Público, lembrei dos meus velhos domingos, quando eu andava meio rasgada, com o cabelo ensebado e mal-cortado, não ligando nenhum pouco para o que aquele povo todo tradicional estava pensando de mim e tomando vinho barato ou tubão do china. Tinha mais alguns seres da minha faixa etária e que se pareciam muito comigo na maneira de pensar e vestir e que tinham praticamente o mesmo domingo junto a mim. Não sei, mas mesmo sendo mais chata naquela época, me parece que era tudo mais simples. Tomávamos umas boletas para ficarmos felizes, e depois, para ficar "de boa" tomávamos outras boletas diferentes. Sempre alguém me perguntava, se eu realmente me divertia nos lugares que eu freqüentava, visto que eram lugares feios e imundos; e eu sempre respondi que a beleza da cidade estava no meio daquelas crianças drogadas de ruas, andarilhos e putas baratas, era só uma questão de ponto de vista. Bom, cada idade uma mentalidade neh... Enfim, lembrando disso tudo, lembrei de uma banda que eu curtia muito nessa época, e uma musica grudou na minha cabeça de uma forma terrível; é "Garoa e Solidão" do Relespública. Segue o clipe:







Myspace da banda aqui, pra quem curtir e tals!

segunda-feira, 14 de março de 2011

A poesia prevalece!

O Ato

Não se justifica
o que se escreve
apenas fica
como deve

Na folha pára
a letra torta
poesia rara
a folha comporta

Seja quando for
o poema acontece
falando de amor
ou do que se merece.


Alice F.



Dia 14 de Março, dia da Poesia.
-E para quem se diz poeta: "não faça sua arte baseando-se* na arte dos outros"
(* lê-se: plagiando-se, risos)

sábado, 12 de março de 2011


"E eu andarei vestida e armada com as roupas e as armas de São Jorge, para que meus inimigos tendo pés, não me alcancem; para que meus inimigos tendo mãos, não me peguem, não me toquem; para que meus inimigos tendo olhos não me vejam; e nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal.
Que armas de fogo não alcancem meu corpo;  facas, lanças se quebrem sem o meu corpo tocar;  cordas, correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar, pois eu estou vestida e armada com as roupas e as armas de São Jorge!"
Ògún Iye!


quarta-feira, 9 de março de 2011

Aqui jaz quem fez cinema.

E se pra ti não mais escrevo
É porque em ti mais nada vejo
Forçar escrita não me atrevo
Não és mais objeto de meu desejo


E se de ti hoje faço pouco caso
E não me interessa tua vida
É por descobrir que foste um atraso
Demorou-se para a partida


Mil terras caíram sobre meu ser
Achei que a ferida não iria se fechar
Precisei aprender a me conter
Ao ver seu sorriso passar


Oh! Foram perdidos quantos dias
Até descobrir que de mim tu era o pior
Passei inúmeras noites frias
Certa de não encontrar ninguém melhor


A vida sempre continua
E viver não é terrível
Pra amar, não se atua
Quando se ama em outro nível.


Alice F.


___ # ___

Tem dias que tudo bate, mistura-se nostalgia, lembranças, vontade de escrever, pessoas que já se foram com os dias, e mais coisas; tem casos que a tristeza acompanha tudo isso, mas comigo não ocorreu (acho que já passou a fase do misto de tristeza, saudade e cachaça). Nesses dias que nossas memórias e mentes trabalham, tiramos a conclusão de que fomos meramente mais um personagem efêmero de uma trama maluca.

(Créditos mais que especiais à Chico Buarque e sua linda música 'Ela faz cinema')

quarta-feira, 2 de março de 2011

La virgen de los muertos.

Pela primeira vez na vida vomitei de tanta tristeza, logo eu que sempre convivi bem e usei todo esse "amargo de vida" como inspiração. Eu juro que não foi porque bebi mais do que meu fígado suporta ou qualquer outra coisa, bebi até minhas pernas me abandonarem e a solidão passar a me guiar, mas o motivo do choro e outras coisas foi mesmo "uma presença ausente". Eu perdi muitos costumes, perdi o costume de me fechar com meus segredos porque deixei de ser egoísta, perdi o costume de odiar as pessoas e seus atos porque esqueci como se é curitibana, e vi por dias isso ser bom e me fazer bem, eu estava me enganando e não estava ciente. Eu esqueci que não se pode confiar em ninguém, as pessoas te decepcionam, querendo ou não, e por esquecer disso, fiquei sem a bílis.
Um sexto sentido veio me amedrontar, dizer que se ainda não perdi, em breve perderei pessoas que valorizo demais; o resto de razão que eu tinha me fez lembrar que não há nada de valor em ninguém, visto que todas as pessoas do mundo nos decepcionam. Minha emoção nada disse, pois a maior emoção que havia ali era a felicidade de ver meu copo sempre cheio. Meus pensamentos não pararam quando fechei os olhos. Meus sentidos estavam reluzentes, eu podia ouvir o que todos diziam, podia sentir quem gostava e quem me odiava, sentia os passos apurados de uma joaninha no meu dedo como se um ratinho andasse em minha mão. Num misto de pensamentos lógicos, suspensão de juízo e sentidos aguçados, vi uma grande caveira, com o rosto cravado de pedras coloridas, um manto azul claro por fora e amarelo por dentro, um vestido vermelho vivo pegando em minha mão, sorrindo pra mim, como se quisesse ser minha confidente; eu ainda tive tempo de pensar que não podia confiar em ninguém para evitar sofrimento futuro, porém não podia confiar em humanos, e o que me fazia companhia agora era uma caveira, ainda me lembrei que Tim Burton já disse que os monstros não são maus, são apenas incompreendidos. Eu não tive tempo de aceitar a rosa que ela me ofereceu, ela ficou na mesa, enquanto eu vomitava no banheiro, ao retornar eu já estava sem companhia novamente.
Retornei a ver a amiga caveira no mesmo dia, quando meu juízo já estava perfeito. O retrato dela está no terminal de ônibus, só que lá ela tem um rostinho angelical, anjinhos e uma igreja em seu nome... É, fica aí mais uma prova de que não se pode confiar em absolutamente ninguém!



Alice F.
(Curitiba, março de 2011)