quarta-feira, 5 de agosto de 2020
O retorno
terça-feira, 2 de maio de 2017
Projeção astral.
Me preocupei em trocar de roupa, parecia 2014, eu estava mais magra mas já não tão preocupada com a aparência da forma que acontece hoje em dia. A emoção era grande, mista, de difícil identificação. E eu estava lá, fui tentar manter a amizade. Então as pessoas que te acompanhavam saíram, menos você, ainda podia ver outras pessoas na casa, mas não eram as mesmas que te acompanhavam. Cheguei perto de você tentando uma conversa aleatória, e pra minha surpresa você começou a chorar, chorar muito, muitas lágrimas vertiam da sua vista; minha reação não foi outra, te abracei muito forte, entrei num transe profundo, sentia a força do abraço, dos nossos braços, sentia seus braços envoltos na minha cintura, sentia minhas mãos espalmadas nas suas costas, sentia as suas lagrimas caírem nos meus ombros. Você não quis falar uma palavra, eu perguntei o que estava acontecendo e por que você não estava bem emocionalmente, mas você não falou, só permaneceu no abraço por um tempo, quieto, deixando as lagrimas caírem. Então depois de pelo menos 5 minutos uma pessoa aleatória que estava na casa tenta te falar alguma coisa engraçada para ver seu choro cessar. Nesse momento você me fala que precisa ir embora, eu te acompanho até o portão te falando coisas genéricas do tipo "eu estou aqui", "me procure se precisar conversar", "sempre serei sua amiga" etc. Chegando no portão da rua você me pede outro abraço, então nos abraçamos e a sensação de realidade invade novamente, dessa vez além da força do abraço posso sentir seu perfume, a textura do cabelo, sinto até sua respiração, você me beija a bochecha e então nos soltamos, você ainda permanece por segundos parado na minha frente, sem ter certeza que precisa ir embora, mas vai, se despede, agradece e vai embora.
Tudo acabou aí, voltei da viagem astral e em seguida acordei normalmente, sem a paralisia do sono que costumo ter no horário de acordar, e sempre com aquela duvida "será que isso aconteceu mesmo ou foi apenas um sonho muito realista?"
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Óculos rosa da nostalgia
terça-feira, 5 de julho de 2016
Eremita
Estou cada vez mais afastada e cada vez mais próxima de algo que desejei a quatro anos atrás: "eremitismo".
Estou cada vez mais desajustada nesta sociedade perfeitamente ajustada mas que no fundo está doente.
Cada vez mais distante destes ridículos que se dizem humanos... Que piada, essa "humanidade" deixou de ser humana faz tempo!
Não é questão de certo ou errado, é questão de ser.
É questão de não acreditar; de não sentir-se confortável nessas relações padrões e vazias.
Era trabalhoso demais manter relações, elas eram fracas mesmo depois de anos de dedicação.
Os poucos que restaram eu abri mão bem tranquilamente, sem peso algum na consciência pois não deixavam de ser relações de aparência.
Insistir na humanidade, na amizade e no afeto é cansativo demais quando vem somente de uma parte, mais fácil e mais sadio é ser/tornar-se um ermitão.
sábado, 18 de junho de 2016
Não existe nada além do presente.
Hoje completam três anos de algo que deveria estar completando mais tempo. Não digo que me lembro de tudo daquele dia pois eu fiz questão de esquecer, mas lembro que na época eu disse alto e com todas as letras "EU ME ARREPENDI!". O arrependimento era específico, eu queria voltar atrás, queria concertar os "erros", queria de volta a vida escrota que levava ao lado do escroto q ele era/foi/é/será. Volto a lembrar agora anos depois e posso afirmar, realmente eu me arrependi... Me arrependi de ter deixado tanta coisa passar, me arrependi de não ter acabado com tudo muito antes, me arrependi de aceitar de boa abuso e descaso com meus sentimentos. Hoje eu lembro com pesar da época dura que vivi sozinha e fico feliz de não ter acabado de forma drástica, o que poderia ter acontecido fácil visto que eu estava com o peito em frangalhos e dominada pelo ódio. Hoje eu sei o que é paz, tranquilidade, companheirismo e amor. A dor desmistifica muitos sentimentos e hoje sou capaz de amar de verdade, eu escolhi o amor, sou capaz de valorizar os sentimentos e reconhecer a importância de quem está ao meu lado e me aceita exatamente do jeito que sou. Eu evolui, eu estou evoluindo, o passado está lá ao mesmo tempo que não existe, me conforta saber o quão distante se encontra... e enquanto ele vai passando eu vou evoluindo.
terça-feira, 1 de março de 2016
Patologia.
Em meados de 2009 algo despertou a percepção do nível de ansiedade, que era crítico, do qual sofria.
Comecei achando que era somente uma paixão que batia de frente com meus ideais e princípios, os quais defendi por tempos. Fui forte e aguentei os sintomas chatos, só desisti ao perceber que em 10 chances, mesmo acertando em 9 vezes, no único erro é que eu teria o 'couro arrancado'. Eu deixei de resistir quando percebi que consumar o ato seria indiferente para todos, salvo única excessão, que era eu mesma.
Não sei como considerei um incômodo tão intenso normal. Dores no estômago, dores de cabeça, mãos frias e suadas, vômito, tremor pelo corpo todo, desespero em comer na tentativa de preencher "buracos" interiores; todos esses sintomas em escala catastrófica. Claro que ninguém ligava, nem eu conseguia entender direito o que estava acontecendo.
O que estraga a vida é a expectativa. Somos otimistas e temos planos perfeitos em nossas mentes, mas no momento que é "pra valer" não temos controle de absolutamente nada.
Ruim não é quando as coisas acontecem diferentes do planejado, ruim é o próprio planejar.
Pra quem sofre com a ansiedade qualquer expectativa é um golpe, qualquer esperança é uma tortura, qualquer planejamento pode ativar as sensações chatas.
De um jeito ou outro vivemos, sobrevivemos, subvertemos as regras pra menos sofrer, e tentamos ignorar abruptamente quem não consegue entender ou sensibilizar-se. De um jeito ou outro da-se um jeito.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
O dia que deixei de ser trouxa
Era incrível o espetáculo de forma geral (no sentido 'difícil de acreditar'), um show de horrores envolvendo muita hipocrisia, incontáveis mentiras, pessoas tratando seus desejos com impulsos mais fortes que os vistos entre animais selvagens, nenhum bom senso e nenhuma compaixão. Era uma carnificina canibalística velada, onde era permitido uns comerem aos outros sem nada mais importar e quase sem autorização.
Naquele fatídico dia resolvi sair de cena, ficar nos bastidores só observando; por alguns meses deixei de aparecer nos espetáculos da vida real, deixei vários outros artistas do dia a dia surpresos e se perguntando por onde eu andava.
" Ela faz falta, me sentia menos trouxa com ela por perto" comentavam entre eles enquanto eu tentava me encaixar em outras cenas, outros papéis.
Voltei ao show business como roteirista, qualquer coisa é melhor do que viver na pele da trouxa. Hoje eu apenas escrevo, interpreta quem quer, quem não quer se retire e procure a concorrência. Não tolero selvageria no meu texto, nem faço a maldade de presentear quem não me acrescenta em nada com o papel de trouxa. E assim se vão os anos, tentando deixar pra trás esse horrorshow que participei por algum tempo sem ao menos ter a chance de entender direito o que estava acontecendo.
Alice F.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
As bandeiras que chamamos nossas.
Te traga o esclarecimento
Que os erros do passado
Não nos tornam condenados
Nessa vida sem noção
Seres semi politizados
Achando tudo errado
Vivendo desesperados
Errando pelo coração
Viver procurando saída
Viver sempre além da vida
Botando o dedo na ferida
Sorrindo mesmo sem razão
Não importa mais o passado,
ou o que foi feito errado,
se tivemos olhos marejados,
Ou apedrejamos o semelhante;
Se eramos um perigo constante
o que traziamos no semblante
tudo o tempo sempre devora
nesses dias novas auroras
o passado o futuro o agora
se somos nova ou velha escola
julgados ainda somos a todo instante.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Ventre: morada de borboletas.
Eu cozinhei e o mês passou rápido... O semestre começou voando e olha já tem mais de 60 dias.
É pouco tempo?
Amargas borboletas de dificil digestão, pra que servem não sei, não as vejo mais, não junto mais, não deixo apodrecer, não arranco suas cabeças e nem as exponho em porta-retratos esmagadas entre o vidro; então por que vivem aqui dentro de mim? Porque me assombram dessa forma e tão rápido?
A aflição não as toca, a não aceitação não as afasta... Vivem aqui, alvoroçadas, no meu estômago.
Devido as dúvidas fico estática, sem ação, tímida, não sei como trata-las; enquanto você as alimenta. Talvez nem saiba da existência dessas borboletas, mas todo dia você as alimenta. É o seu jeito, a atenção, seus olhos, suas palavras e a maneira que você as fala.
Sinto as borboletas cada vez mais agitadas, fazendo uma grande festa em mim, chamando cada vez mais borboletas pra cá.
Não sei onde acaba, quando acaba; não sei qual é o plano pra eu, pra nós, pra essas borboletas; não sei se vão viver sempre aqui dentro ou se irão morrer, ou ainda se vão alçar vôos maiores. Só sei que você é o único que as alimenta, e quem sabe enquanto isso, enquanto houver essa festa de borboletas eu possa desenvolver sentimentos leves e sutis, sentimentos assim: borboletas.
domingo, 14 de setembro de 2014
Sinceridades
Será que é você?
quem será você?
que quer aparecer
que quer me marcar
coração é por dentro
meu interior atento
sensível como o vento
bem difícil destravar
eu paro; eu ouço
eu reparo
como um flash, um disparo
me fez parar pra pensar
o que acalanta o coração
o que faz vibrar a emoção
me traz a dor da interrogação
de ficar estática, assim sem ação
escolher boas expressões
para as quatro estações
procurando mil razões
pra entender, pra aceitar
transcende além da vontade
me mostra alguma possibilidade
que vai além de materia e vaidade
doçura e respeito em sua totalidade
quase impossível não me encantar.
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Segunda pessoa do singular.
Primeiro a paciência
depois vem a calma
exerce a decência
e a bondade da alma
o respeito
o carinho
a atenção
me envolvem
vou calando
deixando falar
o coração...
foi como magia
apagou-se
a euforia
surgiu a alegria
quase algo certo
nem fofo, nem concreto
incrível companhia
que inspira poesia
distantes e tão perto
do nada céu aberto
num novo dia a dia.
[conjuga-te nesses versos, que eles são a maneira de expressão da minha percepção]
Alice F.
sábado, 30 de agosto de 2014
por escolha.
não deixe
o tempo levar
a hora passar
não deixe
o tempo
no vento
não deixe
assim ali
do lado de cá
não deixe
apenas;
não deixe
assim ficar
assim acabar
não deixe assim;
apenas por deixar.
"Âncoras não são raízes."
Alice F.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
ha-ha. corvos p vc!
é a mais duradoura das impressões, do mesmo modo que o cipreste é a mais resistente
das árvores. Porque as horas da tua felicidade passaram e alegria não se colhe duas vezes
numa vida, como as rosas de Paesturo duas vezes num ano. Não jogarás mais, com o
tempo o jogo do homem de Teos, mas, não conhecendo o mirto e a vinha, levarás contigo,
por toda parte, a tua mortalha como o muçulmano a sua em Meca."
Edgar Allan Poe
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Volta pro mar, oferenda!
Tão longe
no horizonte
vendo no mar
barquinho a boiar
Encantando com seu canto
debaixo do manto
vivendo e sonhando
cumpre ordens sem reclamar
Ele não vai ceder
não tem fé, não quer crer
sereia de araque
não vai lhe carregar
Poesia, versos, cantigas
remédio que fecha feridas
falhou em sonhar
tem 30 segundos pra se armar
sentimento é terreno
e nada perecível
a corda sonora é um veneno
de hipnose incrível
Ele não vai ceder
a corda não vai prender
a vela no vento flameja
e nada de âncora descer.
sábado, 17 de maio de 2014
pense (ou não)
e olhar
para tua cara
e perguntar
você está feliz?
responda na hora
responda sem demora
se valha da sinceridade
importa somente a verdade
seja qual for
afinal essa é a busca
é a duvida
e também a certeza
o único objetivo,
o mais obvio
ninguém pode ir contra
apenas.