sábado, 3 de julho de 2010

Desejo de dizeres

Quis abraçar minha consciência
ela não se deixou agarrar
Passou tão longe, tão sinica
Dizendo dizeres
Atuando atos
Amando desamores
Fatiando fatos

Passou tão longe ensinando
Que a sina não se ensina
Que o viver não é vivo
Que não se apega ao desapego
Que em plena verdade eu minto

Minha consciência me mostrou
Que na cara não tem carinho
Que o uso não é ousado
Que na dor não tem espinho
E o querer mal me quer

Me deixou claro
que pra viver há de se morrer
que o desespero é o que me espera
E que é na tristeza que
a felicidade anda só e infeliz

Minha consciência me falou
da sua ora companheira, ora inimiga
a loucura
Diz não viver sem ela
Pois, ou é as duas juntas
ou é infelicidade
Ou aceito, ou me assusto

Me fez crer também
que é isso ou não tem aquilo
Que uma vez que as perca
Só resta aguarda e aguar;
Pois a espera é áspera
E o remorso remará por anos
No aguar dos olhos.

Alice F.
 
Já faz um bom tempo que escrevi esses versos, eu já havia me esquecido inclusive... Encontrei a folha que eles estavam, postei e só.