Quis abraçar minha consciência
ela não se deixou agarrar
Passou tão longe, tão sinica
Dizendo dizeres
Atuando atos
Amando desamores
Fatiando fatos
Passou tão longe ensinando
Que a sina não se ensina
Que o viver não é vivo
Que não se apega ao desapego
Que em plena verdade eu minto
Minha consciência me mostrou
Que na cara não tem carinho
Que o uso não é ousado
Que na dor não tem espinho
E o querer mal me quer
Me deixou claro
que pra viver há de se morrer
que o desespero é o que me espera
E que é na tristeza que
a felicidade anda só e infeliz
Minha consciência me falou
da sua ora companheira, ora inimiga
a loucura
Diz não viver sem ela
Pois, ou é as duas juntas
ou é infelicidade
Ou aceito, ou me assusto
Me fez crer também
que é isso ou não tem aquilo
Que uma vez que as perca
Só resta aguarda e aguar;
Pois a espera é áspera
E o remorso remará por anos
No aguar dos olhos.
Alice F.
Já faz um bom tempo que escrevi esses versos, eu já havia me esquecido inclusive... Encontrei a folha que eles estavam, postei e só.
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